De manhã convinha mudar as águas turvas daquele bloco de memória. Lembrava-me de um teatro. De uma dicção própria que vagueava entre as muralhas da peça.
Neste bloco de memória o teatro partia de país em país. Eu era um capitão de mares revoltos, transportado por carroças equiparadas a asnos brilhantes. Eu era um palhaço triste embebido em miséria. Eu era uma partitura triplicada de sinfonias coagulantes. Eu era todo um território de personagens dizimadas pelo fim de cada acto.
A cortina rasgada fechava o ciclo. Apenas o bloco restava.
Sem comentários:
Enviar um comentário