Tua crina de lume ondulava.
E o calor que emanava
batia-me no rosto,
regava-o de fogo.
E cada chama que tocava no oxigénio,
retornava ao ventre imaculado
entre as virgens do elemento.
No escuro, diabretes dançavam.
E eu perdia o alento.
Que cosmos se ocultava,
que factor alquímico se escondia
na prata da noite,
no firmamento?
Nas lãs da tua crina de fogo cantavam
diabretes bruxos de lume.
E os vultos furtivos mexiam-se
onde a lua não pairava.
Rasgavam no yin
um vórtice de feridas.
E eu bebia profundamente
o que restava de yang.
Pela madrugada só o mar rufava.
Pela manhã a tua crina era grisalha.
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