Talvez a tarde se tivesse revelado ignóbil não fosse ter-me dirigido ao edifício de envergadura tal que até contém a biblioteca municipal.
Passei os vidros que lhe serve de parede e ascendi em elevador à cafetaria. Não tomando nada, desci pelas escadas brancas ao patamar dos livros. Aí descolei do seu lugar um livro pequeníssimo de Eugénio de Andrade. Uma edição bonita e atractiva que só falava de gatos. Não foi uma revelação que inspirasse muito. Soube bem mas faltava-lhe qualquer coisa.
Mais tarde caminhei encharcado de ideias para casa. Passei o resto da tarde-que-poderia-ser-ignóbil a fabricar um livro de artista de edição única.
Anseio por mais artilharia poética.
Uma boa tarde. Passem bem.